Uma das perguntas mais comuns feitas por céticos e até mesmo por cristãos curiosos é: "Quem decidiu quais livros entrariam na Bíblia e quais ficariam de fora?". Existem muitos mitos populares — alimentados por livros de ficção como O Código Da Vinci — que sugerem que a Bíblia foi montada por um grupo de homens poderosos, ou pelo Imperador Constantino, em uma sala fechada séculos depois de Cristo, para manipular as massas.

A verdade histórica, porém, é muito mais fascinante e orgânica. A Bíblia não caiu pronta do céu, nem foi arbitrariamente "editada" por um imperador. A formação do Cânon Bíblico (a lista oficial de livros sagrados) foi um processo guiado pelo Espírito Santo através da comunidade de fé ao longo de séculos.

 

O Que Significa "Cânon"?

A palavra "cânon" vem do grego e significa "vara de medir" ou "régua". No contexto teológico, refere-se ao padrão ou regra usada para determinar quais livros eram divinamente inspirados e, portanto, tinham autoridade sobre a vida da Igreja.

É crucial entender uma distinção importante: a Igreja não criou o cânon; ela reconheceu o cânon. Assim como um joalheiro não "faz" o ouro, mas reconhece o ouro verdadeiro e o separa do falso, a Igreja primitiva reconheceu a autoridade que os livros inspirados já possuíam inerentemente.

 

O Antigo Testamento: A Bíblia de Jesus

Para os primeiros cristãos, a questão do Antigo Testamento já estava resolvida. Eles aceitavam as Escrituras Hebraicas exatamente como os judeus de seu tempo. O próprio Jesus confirmou essa coleção de livros (a Lei, os Profetas e os Escritos) em Lucas 24:44.

O Antigo Testamento que temos hoje (39 livros nas Bíblias protestantes) é o mesmo conjunto de escritos que Jesus leu, citou e autenticou como Palavra de Deus.

 

O Novo Testamento: Os Critérios de Reconhecimento

O processo para o Novo Testamento foi gradual. Nos primeiros séculos, muitos escritos circulavam nas igrejas: cartas de Paulo, evangelhos, mas também cartas falsas e evangelhos gnósticos (falsificações tardias).

Para distinguir a voz de Deus das vozes humanas, a Igreja primitiva utilizou, guiada pelo Espírito, três critérios principais de "filtragem":

  1. Apostolicidade (A Fonte): O livro foi escrito por um apóstolo (como Mateus, João, Paulo, Pedro) ou por alguém intimamente ligado a um apóstolo (como Marcos, ligado a Pedro; e Lucas, ligado a Paulo)? A igreja buscava o testemunho ocular daqueles que andaram com Jesus.

  2. Ortodoxia (O Conteúdo): O ensinamento do livro concordava com a doutrina que a Igreja já havia recebido dos apóstolos e com o Antigo Testamento? Qualquer livro que contradissesse a mensagem central do Evangelho da graça e da divindade de Cristo (como muitos evangelhos gnósticos faziam) era rejeitado como espúrio.

  3. Catholicidade/Uso Universal (A Aceitação): O livro era aceito, lido e usado amplamente pelas igrejas em diferentes regiões? Não bastava uma igreja local gostar da carta; ela precisava ser reconhecida pelo corpo de Cristo como um todo como tendo o "peso" da autoridade divina.

 

O Mito de Constantino e o Concílio de Niceia

É comum ouvir que o Imperador Constantino decidiu a Bíblia no Concílio de Niceia, em 325 d.C. Isso é um mito histórico. O Concílio de Niceia tratou da divindade de Cristo (contra a heresia de Ário), e não da lista de livros da Bíblia.

Na verdade, muito antes de Constantino, a grande maioria dos livros do Novo Testamento (os 4 Evangelhos, Atos e as Cartas de Paulo) já era aceita e usada como Escritura Sagrada pela igreja desde o final do século II. Os Concílios que vieram depois (como o de Hipona em 393 d.C. e Cartago em 397 d.C.) apenas oficializaram e fecharam a lista que a igreja já usava na prática há gerações.

 

Por Que Podemos Confiar?

A formação do Cânon Bíblico é um testemunho da providência de Deus. Ele não apenas inspirou os autores a escreverem, mas guiou Seu povo a reconhecer e preservar Sua Palavra em meio a perseguições e heresias.

Quando abrimos nossa Bíblia hoje, não estamos lendo uma coleção aleatória de textos antigos escolhidos por homens políticos. Estamos lendo a biblioteca de Deus, preservada milagrosamente para que pudéssemos conhecer a Ele e ao Seu Filho, Jesus Cristo.

 

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